Próximo Camarilha - 2º sábado de maio - dia 08/05/2010 - ***Rua Alfredo Pujol, 381.Santana- 20:00h

Próximo Camarilha - 2º sábado de maio - dia 08/05/2010 -  ***Rua Alfredo Pujol, 381.Santana- 20:00h
12º SARAU DA CAMARILHA / .Música .Poesia .Prosa .Teatro .Stand-up Comedy..Amizade .Atenção e respeito.Palco livre. Sorteio de livros e brindes. .Autores locais e convidados. Espaço ECO.Rua Alfredo Pujol, 381. Santana

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Nesse 12 º Sarau da Camarilha, teremos as seguintes apresentações:

DIA 08/05/2010
ÀS 20h00

Rua Alfredo Pujol, 381. Santana- às 20:00

Pocket Show de Abertura

BÉDI FIGUEIREDO



Acesse e ouça http://www.myspace.com/bedifigueiredo/



Intervenção Artística

NIKO KAZANTZAKIS
Entre amigos
(autor de: Zorba, o grego)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Mosaico - Camarilha de março



CLIQUE NO MOSAICO E VEJA AMPLIADO

segunda-feira, 15 de março de 2010

É noite de Camarilha por Jucimara Tarricone



A voz anuncia o Sarau e enuncia a festa dentro de mim. Então assisto aos sons difusos, diversificados versos curtos de coloridas palavras.
É noite de Camarilha, dionisíaco êxtase e desmedida... E eu me transmuto em cada desejo de tantos desejantes Outros que no espaço se apresentam.
Ergo os olhos. Há o silêncio significante de distintos olhares. No pequeno lugar, encontro uma fissura no absurdo da vida. É lá que os interditos se dilatam, se distendem, e eu me embriago do existir de cada miúda conversa, dos risos e sorrisos de cada gesto e canto.
Muitas são as linguagens de corpos e bocas; infinitos sonhos e vontades... E eu brindo o abraço abrigo; a mistura de humores e de expectativas; a densa hora do escutar da poesia.
Em noite de Camarilha, dedilha-se a insensatez da arte, pulsante loucura de que me alimento e respiro...
Neste Abismo de sensações, ouço a voz a clamar celebrante noite; o vibrar de variantes tons e ritmos...
É noite de Camarilha e, no entanto, explode o sol dentro de mim....

Jucimara Tarricone
imagem by Solange Mazzeto

terça-feira, 9 de março de 2010

``Teu jardim é um palco pra brincar de vida
Chove um dia sua retina
A gente nunca acerta uma rotina
Como o tempo
(...)``

Desceu da espaçonave como um astronauta que retorna a Terra. Aclamaram até lhe rasgar a camisa, com direito a arritmia cardíaca de Dona Lígia. A sombra que esperava não apareceu e isto não foi motivo para fazer de sua festa menos especial. Procurou logo um prato típico no cardápio e deu sorte de ser sábado. A feijoada tapou um buraco no estômago não descoberto por todos aqueles três anos que passara na África.
Cuidaram de levar suas bagagens e até abriram a porta de trás do táxi para se acomodar. Seu Ítalo tratou de contar algumas novidades, das quais já sabia graças às conversas pela webcam. Não morrera ninguém, não enriquecera ninguém, o que se trazia eram apenas fanfarrões que bebiam demais e senhoras exaltadas que erravam na conferência do troco.
Encantou-se por alguns minutos quando passaram perto do metrô Bresser. Alguns tapumes impossibilitavam a visão do terreno que fizera o bota-fora. Subiriam um conjunto de seis edifícios e teria academia, aula de música, natação e muito mais lá dentro. Um luxo que só o Jardins oferecia na cidade de pedra.
Logo que terminou a espichada de preguiça, fechou a porta do carro e o conduziram a antiga casa que passara toda infância. Preparam bexigas, salgadinhos, amigos, uma faixa de saudações e uma geladeira recheada de cervejas. Por horas não conseguiu contar nada da viagem, apenas respondendo questionários elaborados a partir de cartões postais. Um o reparou mais magro, outro mais bonito, aquele sentado no canto da mesa preferiu ir conversar depois que toda a tempestade passou. Sentou e conseguiu fazer um sanduíche. Especialidade de Dona Lígia, pão com carne louca.
Sentiu um vulto rondar-lhe as costas e quando olhou reparou numa mangeira de braços com a cabeça cheia de espinhas. Se abraçaram e lembrou ser aquele menininho pentelho sobrinho de Dona Lígia com poucos centímetros de altura. A tia engordara, mas a comissão de frente continuava um outdoor. O tio ainda era um grande idiota e comentava sobre tudo conhecendo muito pouco.
Depois de sete ou oito latas de cerveja e vendo o quintal de casa inundado de corpos sentados sem assunto, reparou que a noite é mais calma em São Paulo. Viu que ninguém dera jeito no canto da porta da cozinha, que as paredes precisavam de mãos de tinta, e pelo Cinzano quase no fim, ou seu Ítalo passara a freqüentar a casa com mais freqüência, ou dona Lígia tornara-se uma alcoólatra após as costuras.
No fim do dia, a ausência de três anos caminhou pela cozinha, passou pela sala, fechou a porta de madeira e sumiu.
De manhã tratou de rever a coleção de discos. Os livros estavam todos empoeirados. Seu quarto virara abrigo de traças e Dona Lígia ouviu alguns disparates de filho pelo cheiro de fechado que permaneceu naquele cantinho de casa. A próprio pedido abriu as janelas, desfez as malas, percebeu que voltara quase com as mesmas roupas e despejou os novos volumes literários nas duas estantes que preenchiam quase todo o espaço do quarto.
Em Moçambique conheceu uma garota que falava português tão lindo quanto em Coimbra. Era poeta e lhe deu um livreto de poemas. Depois de insistir em encontrar-se mais duas vezes também lhe deu um beijo e um boa noite ao pé do ouvido. Aquele volume ficaria na cabeceira de sua cama, por que sempre que fosse começar uma leitura, lembraria dos bons usos da língua. Com uma flanela úmida deu vida ao canto de solidão.
Um pouco mais tarde alguns amigos vieram visitá-lo. Passaram horas jogando futebol pela televisão, deram algumas risadas, e pouco falaram sobre a África. Combinaram de ir ao Tatuapé mais a noite. Acendeu um esquentamento no estômago e lembrou que havia sido lá a primeira conversa sobre o intercâmbio e o último abraço que dera àquela sombra.


- Ricardo Celestino

segunda-feira, 8 de março de 2010

Minha 1ª vez no Sarau da Camarilha [por Solange Mazzeto]




Quando ouvi pela primeira vez ‘ Sarau da Camarilha’, pensei, mas que raios de nome é esse? Fiquei intrigada. Fui ver o que era.

Me deparei com meu ‘habitat’ natural. O Sarau se passa num teatro e com o palco na boca da platéia, isso quer dizer, mais intimidade com ‘pessoas não identificadas’

Me senti em casa. Cheiro de teatro é sempre cheiro de teatro, em qualquer parte do mundo ou em qualquer pedaço dessa Sampa querida.

E então começaram as declamações de poetas nem um pouco conhecidos por mim, poetas de todo tipo, cada qual com sua magia peculiar e nata.

Eis que sou chamada ao palco quando seguia para o toalete. E agora? Faço xixi? Me finjo de surda? Perco a vez de ir ao palco? Enfim, respirei fundo e falei:

-Justo agora que eu ia fazer xixi? [Lembrei do Carpinejar, que acha duvidoso um homem falar que vai fazer xixi, mas sou mulher e então... faço xixi]

Risos vieram da platéia, ri junto, claro.

- Se acaso eu fizer xixi no palco a culpa será sua heim!
Mais risos.

Fui confiante pisar no tablado donde já saíram todo tipo de ‘grito’ e desabafo, ditado em verso e abraço.

E foi assim...

sábado, 6 de março de 2010

Sarau da Camarilha por Ricardo Celestino



TEMPO E TRILHA DE TATU

Tempo de tatuar em bairros
Vivendo mundos e mundos vagos
Desfrutando lembranças de papos baixos
Esquecendo o brinde, o cigarro e o álcool.

Vira formigueiro de gente
Sair, caminhar e passar
Cada hora uma hora diferente
E cada dia uma milha pra chegar.

Vaga que se sobra dança
Pensa alto que se berra é lembrança
Caça milho a cada trilha

Sobe em alto vira bicho e colorido
Sai do branco em preto maquiado
Ao tablado! Camarilha!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Sarau da Camarilha por Marcelo Nocelli



O SARAU DA CAMARILHA

(por Marcelo Nocelli)

Sarau: s.m. (galego serão) 1. Reunião festiva, à noite, para dançar, ouvir música e conversar. 2. Reunião noturna, de finalidade literária.

Camarilha: s.f. (espanhol camarilla). Pej. Conjunto das pessoas que cercam o chefe de Estado e com ele convivem intimamente, influindo indiretamente em suas decisões.


Em Santana: uma reunião festiva de finalidade literária com um grupo de pessoas que convivem intimamente influindo diretamente nos textos nas músicas, sem qualquer chefe de Estado. O único estado é o de alegria, de felicidade e da importância de nossas apresentações, seja para um público de 80 ou de 8 pessoas.

É onde podemos fazer da vida o que nós somos e do que nós somos (juntos) fazer a vida. O Sarau da Camarilha é um violão desafinado ou afinado, é uma poesia concreta ou abstrata, uma voz cantada ou surgida do nada em um pulo de susto, feito um grito. É uma poesia bem feita, dita obra-prima; com ritmo, métrica e rima. Mas também é o poema da menina apaixonada, da professora, do garçom, do aposentado, do escritor, da atriz, do menino sem se preocupar com forma ou pudor. Seja pobre ou seja rico, famoso ou ansioso, o palco é livre, é aberto, o espaço é o mesmo, porque aqui não se defende causa, não se reivindica nada, não se prega nada além da arte, do respeito e da amizade. A porta da nossa casa está aberta e, os autores locais recebem os convidados não só com admiração, mas com o mesmo prazer e honra com que mostram seus escritos a eles.

O Sarau da Camarilha é a liberdade; de criar, mostrar, apresentar e escutar. O intuito é abraçar um amigo, trocar boas idéias, inventar e contar histórias, sentir a poesia, sentir-se poesia. Somos um comboio da arte pelo encontro da vida e das belas possibilidades que nos dá o fato de sermos demasiadamente humanos.

IMAGEM: Solange Mazzeto

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