A voz anuncia o Sarau e enuncia a festa dentro de mim. Então assisto aos sons difusos, diversificados versos curtos de coloridas palavras.
É noite de Camarilha, dionisíaco êxtase e desmedida... E eu me transmuto em cada desejo de tantos desejantes Outros que no espaço se apresentam.
Ergo os olhos. Há o silêncio significante de distintos olhares. No pequeno lugar, encontro uma fissura no absurdo da vida. É lá que os interditos se dilatam, se distendem, e eu me embriago do existir de cada miúda conversa, dos risos e sorrisos de cada gesto e canto.
Muitas são as linguagens de corpos e bocas; infinitos sonhos e vontades... E eu brindo o abraço abrigo; a mistura de humores e de expectativas; a densa hora do escutar da poesia.
Em noite de Camarilha, dedilha-se a insensatez da arte, pulsante loucura de que me alimento e respiro...
Neste Abismo de sensações, ouço a voz a clamar celebrante noite; o vibrar de variantes tons e ritmos...
É noite de Camarilha e, no entanto, explode o sol dentro de mim....
Jucimara Tarricone
imagem by Solange Mazzeto
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